Fãs do Ghost enfrentam problemas na compra de ingressos para show em São Paulo e suas expectativas de ver a banda ao vivo foram frustradas

A banda sueca Ghost é um dos maiores fenômenos do rock mundial na atualidade. Com um som que mistura heavy metal, pop e elementos teatrais, o grupo liderado pelo vocalista Tobias Forge conquistou milhões de fãs ao redor do mundo e coleciona prêmios e elogios da crítica especializada. No Brasil, a banda tem uma legião de admiradores que aguardavam ansiosamente pelo seu retorno ao país, após seis anos da sua última apresentação, em 2017, no Maximus Festival.

A espera acabou quando o Ghost anunciou que faria um show único em São Paulo, no dia 21 de setembro de 2023, no Espaço Unimed, como parte da turnê mundial “Re-Imperatour”, que divulga o seu último e aclamado álbum, “Impera”. A expectativa era grande para ver de perto o espetáculo visual e sonoro da banda, que prometia trazer ao palco toda a sua pompa e mistério.

No entanto, a alegria de muitos fãs se transformou em frustração e indignação diante da forma como a venda de ingressos para o show foi conduzida pelo site Livepass, empresa responsável pela comercialização dos bilhetes. Segundo relatos de diversos consumidores nas redes sociais, o site apresentou problemas de instabilidade desde o primeiro minuto da abertura das vendas, no dia 13 de abril, às 10h. Muitos setores já ficaram instantaneamente esgotados e os que restavam eram vendidos com preços exorbitantes, que variavam de R$ 370 a R$ 650. Além disso, muitos consumidores relataram que não conseguiram finalizar a compra ou que tiveram seus cartões de crédito cobrados duas vezes pelo mesmo ingresso.

Para piorar a situação, sites de cambistas já estavam vendendo os mesmos ingressos por valores absurdos, que chegavam a R$ 1.600. Isso levanta a suspeita de que houve uma máfia de revenda envolvida no processo, que pode ter comprado os ingressos em grande quantidade antes mesmo da abertura oficial das vendas para o público geral. Essa prática é ilegal e prejudica os verdadeiros fãs da banda, que ficam sem opção de adquirir os ingressos pelo preço justo.

Um dos indícios de que havia uma fraude na venda dos ingressos é o fato de que o site Livepass não possui um sistema de verificação se são pessoas ou robôs efetuando as compras. Essa falha facilita a atuação dos cambistas, que usam programas automatizados para adquirir os ingressos em larga escala e revendê-los posteriormente por valores abusivos. Outro indício é o fato de que sites de revenda de ingressos como o Viagogo já tinham ingressos à venda logo cedo, incluindo os ingressos para idosos e PcD (pessoas com deficiência), que são destinados exclusivamente a esses públicos e devem ser comprovados na entrada do evento.