Após sérias críticas dos jogadores ao redor do mundo, estaria a Blizzard apostando alto em tudo o que tem para ir bem na Blizzcon?

Desde novembro de 2018, a Blizzard vem enfrentando severas críticas por suas decisões que a empresa vem tomando. Após o estrondoso anúncio de Diablo Immortal, a empresa precisava apenas prosseguir o ano sem nenhuma complicação.

Bastava apenas alguns poucos anúncios para que a BlizzCon conquistasse novamente os fãs da empresa, mas os rumores de próximas demissões e rotinas de crunch absurdas deixaram funcionários absolutamente ansiosos com o que iria acontecer em 2019, que poderia ser um ano excelente para a empresa.

Antes de Hong Kong

A Blizzard já enfrentava problemas antes de Hong Kong

Não é que os problemas recentes da Blizzard tenham começado em Hong Kong, pois os dois últimos anos da empresa foram difíceis. A empresa possui 28 anos e é uma das empresas mais queridas em jogos, graças a franquias de primeira linha como Warcraft, StarCraft e Diablo.

Em maio de 2016, a Blizzard lançou Overwatch, que foi um sucesso crítico e comercial, mas até hoje ainda é o novo jogo mais recente da empresa. A empresa vem enfrentando um cronograma limitado nos dois anos seguintes, que levaram a um número baixo de receita, para grande consternação dos executivos da Activision que supervisionam as duas empresas.

No início de 2018, as ações da Blizzard precisavam ser mais intensas e mais claras: mais jogos com menos custo. A Activision começou a assumir um papel maior nas operações da empresa, instalando executivos em editoras e outros departamentos. A empresa começou a incubar uma série de jogos para celular, estimulada em parte por um novo mandato da Activision para colocar mais de suas franquias nos telefones.

Em outubro de 2018, o fundador e CEO da Blizzard, Mike Morhaime, disse que estava se aposentando, com o veterano da empresa J. Allen Brack entrando em seu lugar. Notavelmente, ele seria presidente, não CEO - um título menos poderoso e um sinal da autonomia reduzida da empresa.

Em fevereiro deste ano, a Activision demitiu mais de 800 funcionários em todos os seus escritórios, incluindo a Blizzard, que foi particularmente afetada nos departamentos de publicação e outros departamentos de suporte.

As demissões enfureceram muitos dos antigos funcionários, principalmente porque a empresa decidiu ofertar essas vagas novamente em sua lista de empregos disponíveis.

Tudo bem, essa é uma estratégia bem comum do mercado hoje em dia, você pode pensar. Porém, o problema estava em outro lugar: algumas dessas vagas estavam sendo ofertadas colocando uma única pessoa no comando de responsabilidades que eram executadas por duas, ou até mesmo três pessoas.

Com isso, muitos veteranos da Blizzard foram mandados embora, como Dustin Browder, ex-diretor de Heroes of the Storm e principal designer de StarCraft II, Eric Dodds, ex-diretor de Hearthstone e Jason Chayes, ex-diretor de produção de Hearthstone.

As coisas já não andavam bem para a empresa, até que um evento totalmente político e externo a empresa resolveu acontecer: Hong Kong.

Hong Kong e a Blizzard

Blizzard bane jogador após protestos em live

A China começou a interferir abertamente em políticas de Hong Kong, o que fez com que diversas manifestações ao redor do mundo a favor da ilha ganhassem força.  

Em 6 de outubro, o jogador profissional de Hearthstone, Chung "Blitzchung" Ng Wai, pediu a soberania de Hong Kong em uma das lives realizadas pela Blizzard, dizendo: "Libere Hong Kong. Revolução da nossa era."

A Blizzard, no entanto, suspendeu Ng Wai por um ano, retirou seu prêmio em dinheiro e cortou os laços com os lançadores envolvidos, provocando uma onda de críticas de todos os jogadores e fãs da empresa ao redor do mundo. Fãs e críticos questionaram se os enormes interesses financeiros da Blizzard na China, responsáveis ​​por grande parte da receita de Hearthstone, segundo pessoas que trabalharam lá.

A situação foi tão crítica, que no início de outubro, diversos parlamentares republicanos e democratas, enviaram uma carta à empresa, expressando sua profunda preocupação em como a empresa conduziu suas ações sobre as manifestações.  

A empresa tentou amenizar a situação, voltando atrás, porém a ação já havia sido tomada tarde demais. As ações não foram suficientes para conter as críticas contra a empresa, tanto que ela acabou perdendo patrocínios altos, como o da Mitsubishi Motors. O que restava agora, era a tensão às vésperas do maior evento da empresa; a BlizzCon.

Ansiedade para a Blizzcon 2019

BlizzCon 2019 e suas ansiedades

Com a BlizzCon começando nesta sexta-feira (1) em Anaheim, Califórnia, é justo imaginar como as pessoas ansiosas para saber o que a empresa irá trazer esse ano. Desde o ano passado, a Blizzard planeja participar dessa BlizzCon, com anúncios preparados para os dois grandes jogos da empresa - o codinome Fenris (Diablo IV) e o codinome Calypso (Overwatch 2, ou o algo do tipo), assim como outras expansões, remasterizadores e surpresas.

Porém, o clima de ansiedade paira sobre o Anaheim Convention Center. Será que haverá protestos nas portas do evento? Os fluxos do Twitch estarão cheios de mensagens de spam sobre a libertação de Hong Kong? Os anúncios de jogos altamente antecipados ajudarão a recuperar a reputação da empresa?

Essas dúvidas serão sanadas no dia do evento, mas é inegável que 2019 tenha sido um ano difícil para a recepção pública da empresa. Porém, realmente, a maior dúvida sobre o evento é: ele poderá mudar isso tudo?

Acompanhe o NerdWeek para mais informações da Blizzard e tudo o que vai rolar na BlizzCon esse ano!

Fonte: Kotaku