The Crew chegou pela primeira vez em 2014 com uma proposta de ser um jogo arcade de corrida, mas com uma temática um pouco mais "séria". E assim se estendeu até 2018, quando The Crew 2 chegou trazendo uma versão bem considerável dos Estados Unidos em um único mapa.
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Inovação e reinvenção sempre esteve presente na série da Ubisoft, e com The Crew Motorfest não seria diferente. Do mundo aberto inteiro dos Estados Unidos, o game agora gira em torno de um festival de corridas que se passa no Havaí.
De fato, há muitas semelhanças nessa premissa com jogos consagrados, como os da série Forza Horizon, que tem muitos adeptos. Mas as semelhanças param apenas por aí, porque The Crew Motorfest tem seu pacing único e uma dforma de progressão bem diferente.
E isso faz com que o jogo se torne menos monótono e menos massante, como costumam ser alguns jogos de corrida arcade que seguem o formato padrão de mundo aberto que um dia se tornou consolidado na série Need for Speed.
Por isso, ligue os motores e confira abaixo a nossa análise de The Crew Motorfest, e se o game vale a pena ou não!
Motorfest celebra o automobilismo
Saindo da vibe de contracultura que sempre foi uma marca registrada de muitos jogos de corrida, Motorfest segue mais a linha de celebração do automobilismo — algo que tem acontecido com muitos jogos de corrida lançados recentemente.
Ao se juntarem ao evento Motorfest no Havaí, diversos pilotos do mundo todo passam a disputar uma série de modalidades enquanto aprendem mais sobre a cultura local.
Diversas playlists para escolher
A aspiração com as novas gerações, especialmente a Geração Z é algo bem forte no game. Em vez de encontrarmos circuitos específicos, o jogo oferece uma série de "playlists" das quais os jogadores podem participar.
Assim como em players, as playlists estão dividas em temáticas únicas, como por exemplo a Electric Odyssey, que oferece a opção de correr com carros elétricos, ou a Made in Japan que, além de ter um foco no uso de carros japoneses, também visa celebrar a cultura nipônica.
Porém existem outras opções, como playlists focadas nos amantes de Formula 1 e que gostam da opção off-road. As opções são vastas e atendem a diversos gostos. Então é possível que você encontre algo que seja do seu agrado.
No mar, na terra, no ar
Nem só de carro e moto vive o ser humano. Mantendo-se fiel à sua forma, Motorfest possui diversas playlists que tiram os corredores do solo e os colocam em modalidades aéreas e marítimas.
Aqui vai um adendo, porque eu achei a física dessas modalidades um pouco travada demais. É possível que venham patches de correção para alguns problemas, porém, nada que realmente estragasse a imersão e diversão do momento.
Sente e relaxe
The Crew Motorfest possui algumas opções que saem bastante do padrão de competição, que são as trilhas Scenic Tour. Nelas, em vez de competir, o principal objetivo é "curtir a vista".
Além de ser uma folga das competições, a modalidade possivelmente visa sanar um problema de The Crew 2 que, ao tentar ousar demais, acabou não recriando os cenários de maneiras memoráveis. Esse problema não é encontrado em Motorfest, já que a versão automobilística do Havaí é de tirar o fôlego.
Fuja da monotonia
Com mapas muito grandes, se perder ou ficar entediado é algo que pode acontecer eventualmente. E, claro, com um bom game e level design, o objetivo é justamente evitar isso.
Para que os jogadores não fiquem entediados indo do ponto A ao ponto B, o jogo oferece uma série de atividades extras. Sendo assim, ao longo do trajeto, você poderá encontrar baús ou quebrar o recorde de velocidade dos radares espalhados pelo arquipélago.
Também existem desafios secundários, que podem ser feitos assim que você finaliza uma playlist, que consistem em correr de um ponto a outro, ou até mesmo atingir uma velocidade máxima.
No entanto, o maior problema que vejo aqui é a melhor indicação de onde essas atividades realmente começam. Algumas vezes eu não percebi que a atividade tinha iniciado, então eu não havia me preparado pra isso; fui pego desprevenido.
Também não foram raras as vezes que eu me peguei tendo que procurar onde a atividade iniciava, porque a marcação dela estava confusa no mapa. Mas também, acredito que esse seja um ponto de melhoria que chegará em breve.
A versão online
O modo online de The Crew Motorfest merece uma série de elogios, porquer traz muitos conteúdos bacanas de serem aproveitados e que não necessariamente são uma versão estendida do modo de single player.
Em Grand Race, os jogadores precisarão controlar três tipos de veículos diferentes em uma mesma corrida. Isso é bem legal, porque exige que você domine mais de um tipo de mecânica, e não somente ser bom em uma. É bem desafiador, e bem legal de ser experienciado com outros jogadores.
Tem Battle Royale? Tem, sim senhor. Em Demolition Royale, os jogadores precisam correr até pontos específicos da ilha e coletar melhorias, mas nesse meio tempo, precisam destruir literalmente os carros adversários. Além de ter um maior controle sobre o tempo, você precisa lidar com pilotos que vão tentar de tudo para destruir o seu carro.
Microtransações
Aqui andaremos em gelo fino, porque sim, o jogo possui métodos de microtransações. É possível comprar uma Lamborgini por R$ 40, poorém, o jogo não é pay to win.
Aas compras são cosméticas e a maioria, se não todas, as aquisições podem ser feitas com o dinheiro do próprio jogo. No entanto, isso pode levar mais tempo, já que existe toda uma mecânica de progressão e alguns carros podem ser bem mais caros considerando o quanto se ganha por corrida e desafios.
Vai do jogador escolher como quer progredir, se é comprando com dinheiro real ou juntando dinheiro do jogo para poder aumentar sua coleção.
Uma jogabilidade para todos governar
Com uma temática totalmente arcade, porém com físicas realistas, eu não classificaria The Crew Motorfest como um sim-cade. Embora você não possa acelerar nas curvas, não existe a sensação de que você está dirigindo um carro de verdade.
Sendo assim, eu consideraria The Crew Motorfest um game arcade com mais desafios. Para mim, jogos do tipo sim-cade oferecem mais opções de modificação nos carros para cada tipo de percurso, algo que não é — e acredito que nem deveria ser — o objetivo do game.
De todo caso, se você possui um set de volante e pedais, poderá conectá-los e usá-los para poder decidir se quer jogá-lo com controle ou de outra maneira. A minha, para jogos arcade, acaba sendo mais o controle de videogame do que o volante.
Portanto, espere muitos desafios, mas eles não envolvem físicas totalmente realistas, com desgaste de pneus e combustível, ou modificações internas que impactam na dirigibilidade. E, convenhamos, eu prefiro mil vezes jogos assim, focados apenas na corrida e na diversão e contemplação, a jogos que o maior foco é nas modificações internas.
The Crew Motorfest traz o melhor dos dois mundos em uma mecânica extremamente satisfatória e balanceada. É claro que, em alguns momentos, a física bugou um cado, mas acho que é algo natural e, novamente, nada que realmente estrague a experiência.
Mas e aí, The Crew Motorfest vale a pena?
Seguindo uma vibe arcade, que se inspira e bebe do melhor dos mundos de Need for Speed e Forza Horizon, The Crew Motorfest ainda assim possui a sua marca registrada.
Para os fãs de jogos de corrida mais arcade, o game pode ser um prato cheio para novas experiências que não são vividas em outras franquias. Além de carros e motos, o maior destaque aqui é a galinha dos ovos de ouro da série: poder pilotar barcos e aviões.
Além disso, para aqueles que querem relaxar e curtir a vista, existem playlists que permitem fazer isso e fugir da competitividade do cotidiano. Sendo assim, The Crew Motorfest é o meio termo perfeito para quem busca o melhor desses mundos.
A análise de The Crew Motorfest foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela Ubisoft.