Seguindo mais uma leva de lançamentos que eram exclusivos do console para o PC, vemos Returnal, jogo desenvolvido pela Housemarque e publicado pela Sony, dar as caras no PC.

O game, de estilo roguelike, ressignifica o sentido de morrer e voltar ao início e é sem, dúvidas, uma experiência sem igual.

Na década de 1980 Rogue criava uma tendência
Na década de 1980 Rogue criava uma tendência - Imagem: Reprodução

Lá na década de 1980, Rogue (daí o nome roguelike) apareceu com sua mecânica inusitada de geração de níveis procedurais, enquanto você explorava algumas dungeons.

O único porém estava ao morrer. Seu progresso não era necessariamente salvo, você voltava do início e precisaria explorar tudo de novo. Só que, como as masmorras eram procedurais, você não sabia como elas seriam construídas novamente — dando a sensação de que tudo era novo.

Essa mecânica foi amplamente incorporada pela comunidade indie de desenvolvimento de jogos, que a tornou bastante popular. Títulos recentes exploram-na de forma brilhante, como Hades.

Poucos títulos dos chamados AAA tiveram a ousadia, eu diria, de incorporar uma mecânica tão hardcore assim como parte principal não só do core do jogo, mas de modo que isso impactasse diretamente na narrativa.

Veja nossa análise de Returnal para PC
Veja nossa análise de Returnal para PC - Imagem: PlayStation

É nesse ponto que Returnal toma para si essa ousadia e traz uma ressignificação do gênero, dando justificativas tão plausíveis para a mecânica, que o simples fato de morrer e "perder o progresso" não se torna algo simplesmente punitivo.

Quando foi lançado para console, o game recebeu diversos elogios e, agora que está no PC, é esperado que mais pessoas possam aproveitar a experiência que ele oferece.

Mas, será que mudou algo do console em relação ao PC? Será que a mecânica de morrer e voltar para o início se tornaria, de alguma forma, saturada? Bom, é com essas premissas que vamos seguir com a nossa análise de Returnal. Confira abaixo mais detalhes!

Returnal: enredo

Returnal conta a história de Selene, uma astronauta que acaba sofrendo um acidente espacial e cai em um planeta chamado Átropos. À medida que ela vai explorando o planeta, ela não recebe muitas explicações.

Porém as coisas ficam bem esquisitas quando, ao morrer, ela retorna para o local da queda da sua nave e começa a repetir as ações de antes. Para piorar um pouco a situação, o planeta está completamente diferente.

Returnal para PC segue o mesmo enredo de quando foi lançado para console
Returnal para PC segue o mesmo enredo de quando foi lançado para console - Imagem: PlayStation

É bom estar de volta

Para mim, roguelikes tendem a ser cruéis e extremamente punitivos. Porém, Returnal consegue tornar esse processo mais agradável, já que, para obter respostas, é sim, necessário morrer várias vezes.

Ao reiniciar uma run, você encontra novos locais, respostas, documentos e o mais importante: melhorias definitivas que não são perdidas ao morrer. Isso tudo acaba tornando o processo de "Morte" menos punitivo.

A mecânica de roguelike em Returnal não é tão punitiva assim
A mecânica de roguelike em Returnal não é tão punitiva assim - Imagem: PlayStation

No entanto, esse ar de mistério acaba dando a sensação de que é intrigante continuar. Ao escolher um caminho, você não sabe exatamente se ele é o certo ou se vai te jogar em uma sala que pode ser mais difíucil do que o habitual e, nesse caso, você pode acabar sacrificando a sua run.

Infelizmente para uns, felizmente para outros, roguelikes são jogos de nicho, assim como os famigerados souls-likes. Há quem goste e há quem não gosta.

Um gameplay divertido

Returnal já era legal antes no console. No PC, ele não está diferente, e ainda dá a opção de jogar via controle ou mouse e teclado. Com o combate frenético, tudo parece fluido e extremamente responsivo.

Ou seja, é legal usar ambos os estilos de jogo, mesmo que ele tenha sido originalmente criado para controles.

O gameplay de Returnal está completamente divertido
O gameplay de Returnal está completamente divertido - Imagem: PlayStation

Além de bonito, o game é desafiador. Até que você pegue o jeito das criaturas em Átropos, não se engane, morrerá muitas e muitas e MUITAS vezes. Mas isso faz parte, de certa maneira, da graça.

O coop pode ser um pouco difícil para marinheiros de primeira viagem, porém as partidas podem te colocar com pessoas muito boas e que já estão familiarizadas com o ambiente. Sem dúvidas essa exploração é mais divertida em conjunto.

O que mudou pra PC?

Em termos de funções e mecânicas, o jogo é essencialmente a mesma versão lançada para PlayStation 5. Além das melhorias para a nova geração, o game recebeu também a opção de Suspender Ciclo.

Quando o game foi lançado pela primeira vez, ao desligar o videogame, o ciclo era completamente perdido. Agora, não, você pode sair sem que o ciclo seja necessariamente suspendido. Mas é claro que esse recurso é limitado, e não pode ser usado em boss fights.

No aspecto técnico, o PC permite algumas coisas que o console não, tais como:

Opção Ultrawide

Experimente um mundo maravilhosamente bonito em monitores ultrawide podendo acessar resoluções de 21:9 e 32:9. Isso dá uma nova visão sobre o game, permitindo ver áreas com um campo de visão bem maior do que antes.

Feedback tátil

Jogar no mouse e teclado é uma das grandes cerejas do bolo para poder experienciar Returnal no PC. Mas, caso você seja, como eu, fã dos famigerados controles e joysticks, vai ter uma boa suspresa.

Para donos do DualSense ou DualSense Edge, o game no PC possui retornos hápticos, assim como no console, dando uma imersão gigantesca na experiência.

AMD FSR

Usuários de placas gráficas AMD podem experimentar o AMD FSR, que permite aumentar a taxa de quadros por segundo e resolução via upscaling, tudo de forma otimizada.

NVIDIA DLSS

Possui uma placa de vídeo da NVIDIA? Não tem problema. Você pode usar o recurso DLSS, que melhora o desempenho gráfico por meio de Inteligência Artificial, aumentando a taxa de quadros por segundo, além da qualidade da imagem.

Returnal para PC vale a pena?

Roguelikes são jogos de nicho, e vai de você curti-lo ou não. Mesmo não sendo meu gênero favorito, sou capaz de bater o martelo dizendo que Returnal é uma experiência que precisa ser vivida.

Talvez pelo fato de eu não gostar do gênero e ainda assim ter gostado do jogo, advoga muito em favor dele.

Returnal para PC vale a pena para aqueles que ainda não jogaram
Returnal para PC vale a pena para aqueles que ainda não jogaram - Imagem: PlayStation

Returnal se esforça em não tornar a morte punitiva, mas sim usá-la para torná-lo melhor. Muitas vezes, especialmente no início, você vai precisar morrer em pontos específicos, e isso está tudo bem.

Portanto, se você não teve chance de experimentar Returnal no consoles, mas tem a oportunidade de jogá-lo no PC, ainda mais com os incrementos gráficos e estilos de resolução ultrawide, vale a pena passar por toda essa experiência.

A análise de Returnal para PC foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela Sony PlayStation.

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